Sempre que um meteoro cai no mundo dos quadrinhos, coisas ruins certamente acontecem. Esse é o caso em Justice League Heroes. Depois que um meteoro pousa, o inimigo mais inteligente do Superman, Brainiac, começa a receber mensagens mentais da rocha alienígena. Ele sabe que deve encontrar uma maneira de libertar o meteorito das mãos da Liga, que conseguiu capturá-lo logo após o pouso. Mas como um robô senciente pode se infiltrar na sede lunar da Liga, a Torre de Vigilância, e fugir com o meteorito peculiar?

Esse é o ponto de partida para Justice League Heroes. Conforme a ação avança das ruas de Metrópolis, da superfície de Marte e da própria Watchtower, a história parece ser bem direta. Mas o confronto final com Brainiac revela uma reviravolta surpreendente que chuta Heroes para uma nova direção e salva a história de ser muito curta e óbvia. É essa reviravolta e a eventual batalha final com o chefe que mais orgulha Heroes.

A história e o diálogo do escritor de Justice League Unlimited, Dwayne McDuffie, são um ponto forte. Embora pareça que a história foi guiada mais pelos estágios que a Warner Brothers Interactive e a Snowblind queriam no jogo do que diretamente pelo enredo, ela ainda consegue se manter forte. Na verdade, parece que poderia facilmente ser um episódio do desenho animado da Liga da Justiça. Se fosse, isso pouparia muitos fãs da DC de gastar US$ 50 no que acaba sendo um explorador de masmorras equivocado.

Justice League Heroes começa com sete heróis disponíveis (Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Zatanna, Caçador de Marte, Lanterna Verde e Flash), mas inclui meia dúzia de heróis adicionais que podem ser comprados com fichas coletadas ao longo de cada nível. Os heróis desbloqueáveis ​​são, em sua maioria, celebridades de segunda categoria. Hawkgirl? Huntress? Com ​​exceção de Green Arrow e Aquaman, esses não são exatamente a cavalgada de estrelas que se poderia esperar de um jogo da Justice League. E quanto à Capitã Marvel, ao Átomo ou até mesmo ao Plastic Man?

Também estão disponíveis para compra com os tokens de escudo fáceis de encontrar trajes alternativos para cada personagem. Para seu crédito, Snowblind criou modelos totalmente novos para cada traje e mudou algumas das animações também. Você pode ver a diferença entre Superman e sua contraparte envelhecida da Terra-2 e quando você vê o Cavaleiro das Trevas em seu traje de Batman Beyond “Infiltrator”, ele parece um personagem completamente diferente. Cada traje também vem com seus próprios modificadores que afetam as estatísticas tanto positiva quanto negativamente. As roupas que você escolhe fazem a diferença na jogabilidade.

Os modelos dos personagens parecem ótimos e os ambientes são lindos de morrer. Snowblind realmente sabe como iluminar uma sala, como mostrado em Baldur’s Gate: DA e tem algumas áreas externas espetaculares em JLH. Os personagens são dublados por alguns atores talentosos, incluindo Ron Perlman como Batman, e são apoiados por uma trilha sonora sólida. Embora haja alguns problemas técnicos aqui e ali (áudio de streaming lento, pop-in menor, quedas ocasionais na taxa de quadros), é um pacote totalmente sólido.

JLH ostenta alguma personalização de poder. Inimigos derrotados frequentemente deixam cair modificadores de poder. Esses modificadores, que podem aumentar a duração, dano e alcance, entre outras coisas, podem então ser misturados e combinados para criar mods ainda mais poderosos. Três mods de duração x1 se misturam para se tornar um único mod de duração x2. A experimentação pode levar a alguns mods de até x7 de poder. Você pode encaixar um mod para cada nível que você tem em um particular. Enquanto o poder em si não se altera, seus efeitos o fazem. Com o uso inteligente do sistema de mods, você pode transformar bons personagens, como Zatanna, em máquinas imparáveis. Ainda assim, não é possível tornar o Batman divertido de jogar.

O problema com JLH não vem da seleção de heróis ou do fato de que você não pode desbloquear tudo na primeira jogada. Em vez disso, o que mata este jogo é a falta geral de escolha. A primeira metade de JLH força você a jogar como personagens específicos em cada nível. Conforme os níveis longos se arrastam, você provavelmente começará a gastar moedas para desbloquear novos personagens, apenas para ter que continuar esperando por sua disponibilidade. Eu posso entender o desejo da Warner de que os jogadores se familiarizem com cada personagem, é compreensível, mas nenhum jogador quer ficar preso a heróis específicos por períodos tão longos.

Quando recebo um jogo cheio de personagens que gosto, quero escolha. Não quero ser forçado a nada. Especialmente porque quase nenhum dos níveis contém algo que exija especificamente os poderes de um personagem. Os um ou dois momentos que exigem um personagem específico poderiam facilmente ter sido modificados para dar aos jogadores escolha e deixá-los se divertir com o jogo. Mesmo em uma segunda jogada, você é prejudicado com limitações de seleção.

Quando você tem alguma escolha livre, o jogo mostra sua maior falha de design. Se você decidir jogar com um personagem recém-desbloqueado por um tempo e negligenciar um dos sete jogadores originais da Liga, isso voltará para assombrá-lo mais tarde. Garantido. Assim que tive a chance, troquei o John Stewart Green Lantern por seu equivalente Hal Jordan. O que eu não sabia era que no terço final do jogo, você é forçado, mais uma vez, a jogar com personagens específicos. Só que, para o meu jogo, Stewart nunca passou do nível 5. De repente, fui forçado a usá-lo para lutar contra inimigos difíceis que o dominaram nos primeiros 30 segundos. Esta não é a única vez que o nivelamento desequilibrado vai doer.

Parte do problema poderia ter sido resolvido se a Snowblind tivesse projetado um jogo para quatro jogadores em vez do tandem de dois personagens disponível. Eles já fizeram isso antes com Champions of Norrath (e com jogo online, nada menos). Limitar a ação a dois jogadores em um jogo projetado em torno do elenco de sete membros da Liga da Justiça é imprudente. Com quatro personagens no jogo, subir de nível teria sido muito menos problemático. Se nada mais, um padrão de nível mínimo mais sensato deveria ter sido adotado para cada área do jogo. Dessa forma, se um personagem não tiver subido de nível, ele pelo menos será automaticamente atualizado para um padrão de poder aceitável.

Também há alguns momentos frustrantes de IA ao jogar single player. Em particular, a batalha do Apocalipse funciona muito melhor se você puder coordenar um plano de ataque. Seu objetivo é levar o Apocalipse para uma área onde você pode montar um campo de força e então atacá-lo com o sistema de segurança no local. Mas o parceiro de IA torna isso frustrante, pois ele frequentemente bloqueia ou até atrai o Apocalipse para fora da área. Em situações como essa, é melhor deixar seu companheiro de equipe morrer e fazer isso sozinho. Deixar o Batman morrer para que você possa vencer não se encaixa realmente no conceito da Liga da Justiça. Com dois jogadores não é um problema, mas não se deve presumir que dois jogadores vão se enfrentar durante o jogo.
Soco e Chute e Soco e Chute
Embora eu não seja um grande fã dos quebra-cabeças de puxar blocos padrão frequentemente encontrados em jogos como este, eles oferecem alguma variedade de níveis. Justice League Heroes não apresenta quebra-cabeças verdadeiros. Você geralmente é encarregado de destruir geradores e dispositivos semelhantes, mas nada nem um pouco complexo. Agora que chegamos ao fim do ciclo de vida do PS2 e do Xbox, não está na hora de alguém fazer algo criativo com o jogo de luta de cima para baixo?

Mesmo sem forçar alguns quebra-cabeças, Snowblind poderia ter melhorado o combate com uma melhor seleção de vilões. Em vez de lotar cada nível com os mesmos vilões sem nome, por que não salpicar com alguns bandidos menores, mas familiares? Quanto aos pobres robôs que você vai derrotar, os inimigos são idênticos em quase todos os níveis. É verdade que os modelos foram alterados para se adequar ao tema do nível, mas a IA e os ataques são todos iguais. Há aqueles que brigam, aqueles que atiram lasers e aqueles com lança-chamas. Uma ruga é adicionada aqui e ali (alguns voam!), mas na maior parte, é apenas açúcar polvilhado no mesmo donut velho. Mmm… donuts. Eca… velho.

Eu direi, no entanto, que a batalha final contra o chefe é brilhante. Sério, é uma das melhores batalhas contra chefes que já lutei em um jogo desse tipo. Sabiamente, Snowblind permite que os jogadores estabeleçam uma escalação de oito heróis para esse confronto final. Esses heróis são essencialmente as vidas que você tem na batalha final. Então, quando um personagem morre, o próximo na fila preenche seu lugar, sempre permitindo dois personagens na tela ao mesmo tempo. Se ao menos o resto do jogo usasse algumas inovações como essa para que, mesmo com apenas dois personagens na tela, parecesse que havia um time real apoiando seu jogo.