DESCRIÇÃO:
A primeira coisa que o jogador de Injustice deve ter em mente é que o jogo não é Mortal Kombat. Não espere encontrar por aqui os “Fatalities”, as finalizações “Finish Him” e nem mesmo a violência exagerada da turma de Liu Kang e Sub-Zero. Por outro lado, não é por isso que não teremos uma história adulta, com seu teor de violência e seriedade.
A saga de Injustice começa quando a vida dos heróis é novamente ameaçada, após um plano que envolveu não só o Coringa, mas também Lex Luthor e outros vilões menores. Com uma bomba que ameaça destruir uma cidade inteira, o Palhaço do Crime atrai a atenção dos heróis da Liga da Justiça, mas algo dá errado e eles somem misteriosamente.
Flash, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha, Batman e outros vão parar em uma Terra paralela, onde a tragédia se concretizou e milhões morreram, inclusive a esposa do Superman, Lois Lane. Por conta disso, o Homem de Aço se revolta contra todos os vilões do mundo, incluindo os mais “comuns”, como políticos corruptos e bandidos de quinta categoria, instituindo assim um regime para dominar a todos e manter o mundo em paz.
O problema é que alguns heróis se rebelaram contra a mão de ferro do Superman e acabam entrando em conflito com o herói, e é aí que os personagens do outro mundo se encaixam, no meio do conflito de superpoderes e egos, com uma história que se desenrola cheia de reviravoltas e outras surpresas.
A história de Injustice apresenta uma qualidade de alto nível e o mais interessante é que boa parte desta saga foi contada por meio de uma história em quadrinhos oficial lançada pela DC, que explica mais dos fatos desta “segunda Terra”. Sendo assim, a experiência transmídia é um ponto forte em Injustice.
Assim como em Mortal Kombat, Injustice se diferencia de outros jogos de luta por apresentar um modo de história consistente. Esqueça aqueles modos de história “preguiçosos” encontrados em outros games, com imagens paradas e um texto explicando tudo. Aqui a coisa funciona como em um filme, com mais de três horas, onde o jogador participa de forma interativa com as lutas.
É claro que “três horas” é um tempo curto para a duração da maioria dos jogos, mas não para um título de luta, que geralmente dura bem pouco. Além disso, o jogador precisa interagir diretamente em algumas cenas e pressionar alguns comandos especiais. Por exemplo, logo no início, temos Lex Luthor correndo na direção do Batman. O Homem-Morcego precisa atirar seus “batrangues” para atrasar o vilão e deixá-lo mais fraco para a luta que se aproxima. Tais momentos diferenciam ainda mais a jogabilidade, que vamos detalhar a seguir.
Como citamos no início, Injustice não é Mortal Kombat e isso também fica claro na jogabilidade. Os comandos gerais são bem diferentes e até mesmo a fluidez do jogo é única. Estamos vendo nascer aqui uma provável nova série, que felizmente tem uma identidade própria, com uma mecãnica de jogo que traduz isso de forma clara.
A intenção dos produtores foi de realmente criar algo que não lembrasse o seu “jogo irmão” e a missão foi cumprida com sucesso neste quesito. Os heróis da DC são mais ágeis que os lutadores de Mortal Kombat e possuem ataques que funcionam de forma diferente. Tudo bem que o Batman apresenta um gancho que se prende ao inimigo, nos lembrando Scorpion, mas as semelhanças são poucas.
Na verdade, as lutas em Injustice vão além dos simples combos e golpes especiais, justamente pela alta interação com os cenários do jogo. Superman pode arremessar um carro, enquanto Aquaman pode quebrar o vidro do seu cenário e inundar o adversário, só para citar alguns exemplos.
Os cenários vão além e não se limitam apenas a uma arena. Em alguns casos é possível socar o oponente contra a parede e lançá-lo para outro ambiente. Dentro do Asilo Arkham, para se ter uma ideia, existem pelo menos três ambientações diferentes, uma delas dentro da cela de criminosos como Pinguim e Crocodilo.
Os golpes especiais dos personagens também estão muito bacanas e fáceis de se ativar. Uma pena que, por enquanto, cada herói possua apenas um golpe por vez, o que pode deixar as lutas um pouco repetitivas, mas os mais criativos não vão se importar muito, já que é possível variar entre outros golpes e combos – que por sinal, estão muito fáceis de se “encaixar”.
Os heróis e vilões também possuem poderes e golpes secundários, que vão além dos combos e golpes especiais. Eles geralmente ficam localizados ao lado da barra especial, no canto inferior da tela e variam de acordo com o personagem escolhido. O Lanterna Verde, por exemplo, pode ativar sua bateria de recarga e contra-atacar um golpe de imediato, enquanto o Batman invoca um grupo de morcegos eletrônicos que o protege de investidas e podem atacar o inimigo, enquanto o Aquaman se cobre com uma “armadura de água”. É tudo bem criativo e variado, nenhum lutador se parece com o outro, justamente por adições como estas.
Além do modo de história, Injustice apresenta também o seu modo “fliperama”, que são apenas uma sequência de batalhas contra oponentes aleatórios, sem história, onde o jogador pode testar suas habilidades em uma sucessão de embates. Mas há outros extras contidos no game.
Um deles é o modo de desafio, com missões oferecidas pelo laboratório “S.T.A.R.”, famoso no universo da DC Comics. São mais de 200 tarefas que devem ser realizadas pelo jogador com todos os personagens disponíveis no game. Neste ponto, Injustice quase se transforma, passando de um jogo de luta para um jogo de tiro ao alvo, por exemplo, e isso é bom.
Há também, claro, o modo multiplayer, que pode ser aproveitado online ou offline. O modo online perece ter sido bem melhorado em relação ao de Mortal Kombat, que passou por diversos problemas de conexão em seu lançamento.
O game ainda tem inúmeros conteúdos desbloqueáveis, como skins – aparências secundárias – para os personagens, que podem ser destravadas pelo game ou até mesmo via conexão com o aplicativo de Injustice para iOS. Informações dos personagens e outros bônus também podem ser conferidos de acordo com o progresso do jogador.
Os gráficos de Injustice não são nada de “outro mundo”, mas cumprem seu papel. Estão no mesmo nível do último Mortal Kombat, com personagens bem animados e bem desenhados, mas que não se destacam em relação a outros títulos recentes no mercado. Vale também uma ressalva: infelizmente, o estúdio NetherRealm parece ainda não ter aprendido a fazer mulheres com rostos bonitos ou cabelos mais realistas em seus jogos de luta, já que a Mulher-Maravilha pode ser tudo neste game, menos uma beldade.
Os outros personagens, porém, estão todos muito bonitos, inclusive outras figuras femininas, como Ravena e Nevasca. Como não possuem aparência tão humanas, as duas têm seus “defeitos” bem disfarçados e agradam mais.
A trilha sonora do jogo não chama tanto a atenção, mas vale elogiar o trabalho de dublagem em português feito pela Warner, que está impecável em todos os sentidos. Com exceção de Batman, tiveram o cuidado de inserir os dubladores que fizeram seus respectivos personagens nos desenhos animados da Liga da Justiça, o que nos passa um cuidado especial neste quesito.
Porém, é realmente uma pena que Batman não tenha sido dublado por Márcios Seixas, sua clássica voz de muitos desenhos. Em seu lugar, Ettore Zuim, o Batman dos filmes O Cavaleiros das Trevas, faz até um bom trabalho, mas que nos deixa com saudades da marcante voz de Seixas.
Conclusão
Injustice: Gods Among Us é um jogo que vai agradar a fãs de quadrinhos e também àqueles que nunca leram um gibi na vida – ou só conhecem os heróis e vilões de filmes e desenhos animados. Os personagens estão muito bem representados, com uma história de primeira e jogabilidade que se diferencia bastante de Mortal Kombat e tem identidade própria. O jogo se completa com um pacotão de extras, como multiplayer, modo fliperama, missões adicionais e muitos destrancáveis. Definitivamente uma ótima adição ao universo de games de luta.
INFORMAÇÕES:
Titulo do jogo: Injustice Gods Among Us
Idioma: Inglês / PT-BR (Dublado)
Gênero: Luta
Tamanho: 9.97 GB
Plataforma: Playstation 3
Formato: PKG