Army of Two: The 40th Day é um jogo de tiro em terceira pessoa desenvolvido pela EA Montreal e publicado pela Electronic Arts. Lançado em janeiro de 2010 para PlayStation 3, Xbox 360 e PlayStation Portable (PSP), ele é a sequência direta de Army of Two, lançado em 2008. O jogo foi concebido como uma melhoria significativa em relação ao seu antecessor, oferecendo jogabilidade cooperativa mais refinada, narrativa mais intensa e cenários mais destrutíveis e envolventes.

O jogo se passa em Xangai, na China, e acompanha os mercenários Tyson Rios e Elliot Salem, que se veem no meio de uma catástrofe de grandes proporções: uma série de ataques devastadores que transformam a metrópole moderna em uma zona de guerra total. Conforme a cidade desmorona ao redor deles, Rios e Salem precisam descobrir quem está por trás da destruição e lutar para sobreviver — tudo isso enquanto enfrentam escolhas morais difíceis que afetam tanto os personagens quanto os civis que encontram pelo caminho.

O enredo se aprofunda na parceria entre os protagonistas, destacando não apenas sua habilidade em combate, mas também os dilemas éticos que enfrentam. Durante o jogo, o jogador é constantemente colocado diante de decisões que podem parecer simples em um primeiro momento, mas cujas consequências são reveladas mais tarde, afetando a narrativa e o destino de certos personagens.

Army of Two: The 40th Day é centrado na jogabilidade cooperativa. Os jogadores controlam um dos protagonistas (Rios ou Salem) enquanto o outro é controlado pela inteligência artificial (IA) ou por outro jogador em modo cooperativo online ou local. A mecânica de cooperação é o coração do jogo, com comandos como cobertura dupla, manobras de flanco e ataques sincronizados.

Um dos sistemas mais inovadores é o “Aggro System”, herdado do primeiro título. Esse sistema gerencia o nível de atenção que os inimigos dão a cada jogador, permitindo que um deles provoque os adversários enquanto o outro executa táticas furtivas. Esse tipo de estratégia promove uma jogabilidade mais dinâmica e colaborativa.

Customização de armas: o jogo oferece uma vasta gama de peças, permitindo que os jogadores montem e modifiquem suas armas com miras, canos, coronhas, pinturas e até escudos improvisados.

Moralidade: decisões éticas aparecem ao longo da campanha, apresentadas como “Momentos Morais”. Essas decisões afetam o enredo e são acompanhadas de ilustrações estilo graphic novel.

Cover system aprimorado: o sistema de cobertura foi refeito para tornar a movimentação em combate mais fluida e natural.

O jogo foi construído com o motor Unreal Engine 3, permitindo ambientes ricos em detalhes e efeitos visuais impactantes. A representação da destruição de Xangai é um dos grandes destaques visuais do jogo. A transição de uma cidade vibrante para um campo de batalha caótico é feita de forma convincente, com prédios ruindo, fumaça cobrindo o horizonte e civis desesperados tentando escapar.

As animações dos personagens também foram aprimoradas em relação ao primeiro jogo, com mais naturalidade nos movimentos e reações mais realistas durante os combates.

A trilha sonora, composta por Tyler Bates (conhecido por seu trabalho em filmes como 300 e Watchmen), complementa o clima sombrio e intenso do jogo. A música atua como pano de fundo emocional para as decisões difíceis e os confrontos frenéticos, enquanto os efeitos sonoros dão peso às armas e aos ambientes destruídos.

A dublagem dos personagens principais também recebeu destaque positivo, com uma química convincente entre Rios e Salem, cheia de sarcasmo, tensão e momentos de camaradagem genuína.

Além da campanha principal cooperativa, The 40th Day oferece modos multiplayer competitivos e cooperativos, incluindo:

Extraction Mode: onde jogadores enfrentam ondas de inimigos enquanto avançam por mapas.

Co-op Campaign: o núcleo do jogo, jogado com um parceiro online ou offline.

Versus Multiplayer: modos de combate entre times, embora essa parte do jogo não tenha recebido o mesmo nível de refinamento da campanha cooperativa.

Army of Two: The 40th Day recebeu críticas geralmente positivas, especialmente pela melhoria significativa em relação ao jogo anterior.

No geral, o jogo foi bem recebido por fãs do gênero e tornou-se um exemplo notável de como jogos de tiro podem explorar a cooperação de forma criativa e envolvente.

Army of Two: The 40th Day é mais do que apenas um jogo de tiro com foco em cooperação — é uma experiência que busca explorar os limites da parceria, confiança e moralidade em meio ao caos da guerra urbana. Com gráficos impactantes, mecânicas refinadas e decisões com peso real, o jogo se destaca como uma sequência bem-sucedida que aprendeu com os erros do passado.

Embora não seja perfeito, ele representa um marco no subgênero dos shooters cooperativos e permanece, até hoje, como uma das experiências mais marcantes em duplas do mundo dos videogames.