O enredo de Two Worlds 2 conta a história de um prisioneiro (seu personagem) preso nas masmorras do castelo Gandohar. Depois de perder as esperanças em achar sua irmã desaparecida, elas se renovam de onde menos se espera, dos Orcs, uma raça na qual o herói sempre odiou. As criaturas montam uma equipe de resgate e auxiliam seu personagem em uma jornada para lançar luz sobre o passado obscuro de Gandohar e auxiliá-lo na busca por sua irmã.

A idéia original é bem interessante e básica para um game de RPG. Entretanto, o enredo se perde com muita facilidade ao longo da jornada, levando o personagem a eventos paralelos que testam a sua paciência. Esta que é facilmente perdida logo no início com o gigantesco, e pouco útil, tutorial.

Para começar o game, o jogador precisa criar o seu personagem, diante disso, surge uma tela com varias opções para definir a aparência de seu herói na aventura. Mas graças aos péssimos gráficos do jogo, por mais que você se esforce, seu personagem sempre será um boneco muito feio e esquisito. Além disso, falta uma opção para escolher o sexo de seu personagem, afinal muitos gostariam de jogar com guerreiras, principalmente as mulheres.

O sistema de batalhas consegue ser pior. Os movimentos para golpear seus adversários são muito mal interpretados e, dependendo da criatura, pouco eficientes. Diante disso, a melhor maneira de avançar no game é deixar as armas brancas de lado e aperfeiçoar o uso do arco e flecha ou outras armas para ataques de longa distância. Entretanto, até para atacar de longe é complicado, pois é necessário efetuar uma combinação de comandos um tanto desnecessárias.

Ainda sobre as batalhas, os inimigos cometem um bug inaceitável para jogos da atual geração de consoles. Enquanto você troca golpes com um soldado ou qualquer outra criatura que também utiliza espadas e escudos, o inimigo simplesmente some da sua frente e aparece de outro lado. Não, ele não é nenhum ilusionista com esta habilidade, simplesmente é um grave defeito na programação do jogo.

E para terminar, o salto do personagem principal é a coisa mais bizarra do game. Além de parecer flutuar, o herói leva uma eternidade para efetuar o movimento, sendo totalmente ineficaz para fugir de inimigos ou desviar de ataques.

Os gráficos de Two Worlds 2 lembram os jogos da antiga geração de consoles. É impossível comparar o título com outros games como Dragon Age e Divinity 2. Além de personagens mal desenhados e muito poligonais, o jogo possui cenários simples e muito mal acabados. Um bom exemplo são as masmorras inicias, em que os corredores parecem sempre os mesmo, pois não possuem nenhum detalhe que os diferem, como uma rachadura aqui e outra ali.

E se não bastasse, os personagens são extremamente desfigurados, principalmente criaturas de raças como Orcs e Goblins. As armaduras, que como todo game de RPG são um atrativo visual, são muito quadradas e sem qualquer capricho em relação a brilhos e acabamentos.

Para completar a tragédia, Two Worlds 2 apresenta um sistema de comandos nada convencional comparado a outros títulos do gênero. São menus de “dicas” e “histórico de missões”, aonde deveriam ser atalhos para os momentos de combate ou para recuperar as energias. Tudo bem que isso pode ser configurado de outra forma, mas para que forçar o usuário a realizar esse procedimento enquanto isto deveria “vir de fábrica”.

O jogo possui algo de bom?

O que escapa de Two Worlds 2 é o sistema de magias, em que o personagem não precisa seguir um determinado elemental. Ou seja, o herói pode adquirir conhecimento de poderes relacionados ao gelo, fogo, terra e ar, sem restrições, ao contrário de grande parte dos RPGs que limitam esta utilização. Convenhamos que isso não é uma grande vantagem, mas é apenas para destacar algo positivo em meio a tanta coisa ruim reunida em um só titulo. Querem outro ponto positivo? O game desliga rápido quando você aperta o botão “power” do seu console.

Conforme foi mencionado no título da matéria, Two Worlds 2 veio para brigar com outras abominações no intuito de ser o pior jogo de 2011. Além de muito mal desenhado, o jogo consegue ser chato e carregar de forma totalmente ineficaz os elementos primordiais de um game de RPG. Se você preza por qualidade, passe longe deste título.