Van Helsing é um jogo de ação em terceira pessoa desenvolvido pela Saffire Corporation e publicado pela Vivendi Universal Games. Inspirado no filme homônimo estrelado por Hugh Jackman e Kate Beckinsale, o jogo busca recriar a atmosfera sombria e gótica do longa-metragem, colocando o jogador na pele do caçador de monstros Gabriel Van Helsing em uma missão para derrotar o lendário Conde Drácula.

A narrativa do jogo segue de perto os eventos do filme, embora com algumas adaptações para fins de gameplay. Van Helsing, um agente da misteriosa Ordem dos Cavaleiros do Vaticano, é enviado à Transilvânia para investigar e eliminar criaturas sobrenaturais que assolam a região. Ao longo de sua jornada, ele confronta não apenas Drácula, mas também monstros icônicos como lobisomens, zumbis, gárgulas e o monstro de Frankenstein. A história é carregada de elementos de horror clássico, mistério e aventura, e se desenrola em cenários ricos em detalhes góticos, como castelos em ruínas, cemitérios e florestas sombrias.

Van Helsing é fortemente influenciado por jogos de ação da época, como Devil May Cry e God of War. O jogador utiliza uma combinação de armas de fogo, como pistolas duplas e besta automática, e ataques corpo a corpo com uma espécie de chicote lâmina chamado Tojo Blade. O combate é rápido, frenético e estilizado, com combos que podem ser encadeados para causar mais dano ou derrotar múltiplos inimigos ao mesmo tempo.

O jogo também conta com elementos de plataforma e resolução de pequenos quebra-cabeças, o que acrescenta variedade à progressão. O jogador pode desbloquear upgrades, comprar armas e munições com pontos coletados durante a campanha, e até acessar conteúdos extras ao encontrar artefatos escondidos. Uma mecânica interessante é a habilidade de Van Helsing se transformar temporariamente em lobisomem durante certos trechos do jogo, o que altera drasticamente o estilo de combate e fortalece o protagonista.

Para um título lançado no início da década de 2000, Van Helsing apresenta gráficos notáveis no PlayStation 2. Os ambientes são sombrios e detalhados, com boa direção de arte que emula a estética do filme. As animações dos monstros são variadas, e os efeitos de luz e sombra contribuem para a atmosfera gótica. A trilha sonora, orquestrada e dramática, ajuda a manter a tensão e imersão. As dublagens são competentes, com Hugh Jackman reprisando seu papel como Van Helsing, o que é um diferencial interessante para fãs do filme.

A recepção de Van Helsing foi mista entre a crítica especializada. Muitos elogiaram o visual, o design de som e o combate fluido, além da fidelidade ao universo do filme. No entanto, o jogo também recebeu críticas por sua linearidade, falta de inovação e pela repetição em certas mecânicas de combate. A inteligência artificial dos inimigos e a câmera fixa em alguns momentos também foram pontos negativos destacados.

Apesar disso, Van Helsing foi bem recebido por fãs do gênero hack and slash e por aqueles que apreciam aventuras sombrias ambientadas em mundos repletos de criaturas sobrenaturais. Para muitos jogadores, ele é um título subestimado que merece ser redescoberto.

Embora não tenha gerado continuações, o jogo Van Helsing permanece como uma curiosidade cult do PlayStation 2, especialmente entre os fãs de jogos de ação com temática de horror gótico. Ele representa uma época em que adaptações de filmes para videogames eram comuns, mas nem sempre bem executadas — e Van Helsing está entre os melhores exemplos dessa prática.