Singularity é um first-person shooter, ou jogo de tiro em primeira pessoa, que se passa em uma realidade fictícia onde experimentos russos com o chamado Elemento 99 deram errado durante a Guerra Fria, deixando o local desolado. O jogador entra na pele de um piloto que deve resgatar seu parceiro, ao mesmo tempo em que lida com estranhos acontecimentos temporais.

A peça central da trama é um dispositivo possuído pelo jogador que controla o tempo. É possível viajar através das décadas, congelar objetos, fazê-los ir para frente ou para trás no tempo, entre outras funções. O “relógio” também pode ser usado para desarmar inimigos, arremessá-los e fazê-los envelhecer.

A ambientação inteira envolve a sensação de abandono causada por um local devastado. O silêncio predomina em diversos pontos, pois não há narrador ou comandante enviando ordens para o protagonista. Para os que gostam de jogos de tiro mais focados em suspense do que ação direta e tiroteio, este título é um prato cheio.

Títulos que brincam com o tempo não são mais novidade. Passando pelos jogos de plataforma em 2D aos ‘shooters’ em primeira pessoa – “Braid”, “Prince of Persia: Sands of Time”, “TimeShift”, só para citar alguns – tais mecânicas estão se tornando cada vez mais comuns, ainda que apresentem sistemas bastante complexos e elaborados. “Singularity”, da veterana Raven Software (de “Wolfenstein”), é um desses jogos e traz um sistema de manipulação do tempo um tanto singular, como o nome já implica.

O jogo te coloca no papel de um soldado enviado a uma ilha russa em uma missão de reconhecimento. Equipado com o TMD (sigla para Time Manipulation Device), uma luva de alta tecnologia capaz de alterar seu estado físico no espaço-tempo, o jogador precisa descobrir os mistérios da ilha, que vem apresentado fenômenos estranhos desde o acontecimento de um acidade em 1950. Além da capacidade de manipular o tempo de objetos individualmente, o próprio jogador transita entre o passado e o presente, através de visões e choques temporais, que vão distorcendo a noção de realidade.

Ao contrário da maioria dos jogos que envolvem a manipulação do tempo, em “Singularity” o jogador pode alterar o estado físico de objetos individualmente através do tempo (passado ou futuro), em vez de manipular o tempo como um todo. Sendo assim, caixotes quebrados e vazios podem ser levados de volta ao passado, recebendo de volta os objetos que um dia eles armazenaram. Enviar pilares danificados para o futuro faz com que eles despenquem, abrindo caminho ou esmagando inimigos. Os próprios oponentes de carne e osso podem ser transferidos para o passado ou futuro, virando pó instantaneamente.

O design das fases promete abusar de tais recursos, equilibrando quebra-cabeça e ação. Mesmo durante os momentos de tiro desenfreado, o jogador pode utilizar seu poder para tirar vantagem do cenário, o que exige uma minuciosa análise dos ambientes. Além da luva de manipulação temporal, cujo uso é limitado por uma barra de energia recarregável, o jogador possui um arsenal de armas tradicionais.

No decorrer da aventura, o jogador recebe uma série de aprimoramentos para suas armas e para o TMD, permitindo novas maneiras de aniquilar oponentes ou interagir com o cenário para solucionar quebra-cabeças ou acessar áreas secretas.

“Singularity” prevê também uma modalidade multiplayer, uma vez que as habilidades de manipulação do tempo não envolvem câmera lenta ou o congelamento da ação, que impediam outros jogos similares a incorporar batalhas entre jogadores. Em vez disso, os jogadores poderão tirar vantagem das habilidades para alterar elementos do cenário, preparar armadilhas e mais.