Pirates of the Caribbean: At World’s End é um jogo de ação e aventura lançado em 2007, inspirado nos dois últimos filmes da trilogia original da franquia cinematográfica da Disney: Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest e Pirates of the Caribbean: At World’s End. Desenvolvido pela Eurocom e publicado pela Disney Interactive Studios, o jogo foi lançado para diversas plataformas, incluindo PlayStation 2, PlayStation 3, Xbox 360, Nintendo Wii, PSP, PC e Nintendo DS. Ele mergulha o jogador no universo fantástico e caótico dos piratas, oferecendo uma combinação de narrativa cinematográfica, combate com espadas, exploração e resolução de quebra-cabeças, tudo envolvido em uma ambientação rica em detalhes que evoca os mares traiçoeiros e os portos exóticos vistos nos filmes.

A história do jogo acompanha de forma relativamente fiel os eventos dos filmes, mas com algumas adaptações criadas para se adequar ao formato interativo. O jogador assume o controle de personagens icônicos como Jack Sparrow, Will Turner e Elizabeth Swann, cada um com habilidades e estilos de combate levemente diferentes, que servem para diversificar a jogabilidade. O enredo gira em torno do resgate de Jack Sparrow do baú de Davy Jones, a reunião dos Lordes Piratas, e a batalha final contra a marinha britânica e o próprio Davy Jones. Embora o jogo se baseie nos filmes, ele também introduz elementos inéditos, como fases exclusivas, lutas contra chefes e diálogos expandidos que aprofundam alguns aspectos pouco explorados nas produções cinematográficas.

A jogabilidade de At World’s End combina elementos clássicos de jogos de aventura em terceira pessoa com um sistema de combate relativamente simples, mas eficaz, baseado em espadachins. O jogador pode atacar, bloquear e executar combinações de golpes, além de utilizar interações contextuais em duelos mais dramáticos. Também há seções de plataforma, onde é preciso escalar, saltar e interagir com o ambiente, bem como momentos que exigem soluções criativas para pequenos quebra-cabeças. Em várias partes, o jogo também apresenta quick time events, nos quais o jogador precisa apertar botões rapidamente para realizar ações cinematográficas, como escapar de armadilhas ou desviar de ataques.

Um dos pontos fortes do jogo é sua ambientação visual e sonora. Mesmo com as limitações gráficas da época, os cenários são variados e bem detalhados, passando por locais como a Fortaleza de Singapura, o navio Holandês Voador, Tortuga e o surreal Mundo dos Mortos, onde Jack Sparrow fica preso. Os efeitos sonoros e a trilha musical, fortemente inspirados na trilha original composta por Hans Zimmer, ajudam a criar uma atmosfera épica e aventureira. Os personagens são razoavelmente bem modelados para os padrões da geração e contam com vozes que, em algumas versões, tentam imitar (ou usam trechos dos próprios atores dos filmes), o que aumenta a imersão para os fãs da franquia.

Apesar de seus méritos, Pirates of the Caribbean: At World’s End recebeu críticas mistas da mídia especializada. Muitos elogiaram a fidelidade ao universo dos filmes, o carisma dos personagens e o visual bem trabalhado. No entanto, críticas foram direcionadas ao combate repetitivo, à inteligência artificial simples dos inimigos, à linearidade do design das fases e à falta de profundidade em alguns sistemas de jogo. Ainda assim, para os fãs da franquia, a oportunidade de reviver momentos marcantes da história como protagonista, com direito a cenas memoráveis como o resgate de Jack no fim do mundo ou a batalha final em alto-mar, representou um grande atrativo.

O jogo não tentou reinventar o gênero, mas serviu como um produto de entretenimento sólido, voltado principalmente para os admiradores dos filmes. Seu maior valor está na possibilidade de vivenciar em primeira mão os conflitos, alianças e traições do mundo dos piratas, com destaque para o humor excêntrico e imprevisível de Jack Sparrow. Combinando ação, narrativa cinematográfica e ambientações exóticas, Pirates of the Caribbean: At World’s End permanece como um exemplo clássico de adaptação licenciada que, embora limitada em inovação, captura com competência o espírito da obra original.